exposições
uma série de harmónicos, por rui penha
“Uma série de harmónicos” é uma exposição de trabalhos media do compositor e artista português Rui Penha. Composta por duas peças, a exposição apresenta a instalação interativa resono (2015) e a instalação audiovisual pendulum (2018, sobre peça de 2012).
resono parte do princípio de que o grau zero da autonomia é a capacidade para dizer: não! Consiste num ecossistema de quinze seres que aguardam, com diferentes equilíbrios entre ansiedade e curiosidade, a chegada de um visitante. É a este que caberá́ o primeiro passo na construção de uma interação, conquistada pela gentileza com que se aproxima e pelo afeto com que canta para um pequeno grupo deles. Aos poucos, e se for paciente, poderá́ começar a ouvir tímidas ressonâncias, que não são mais do que o modo como estes seres aprendem, pela imitação, a comunicar com o estímulo desconhecido. A partir deste ponto, a história de cada interação será única e dependerá do delicado entendimento entre os estados de alma de todos os intervenientes, sendo possível, em casos verdadeiramente excecionais, que todo o ecossistema se una para uma performance coletiva.
Entre 2007 e 2013, o trabalho de Rui Penha centrou-se na relação entre o gesto espacial e o gesto musical, em particular sobre a forma como o movimento no espaço modela a espectromorfologia do som que transporta. Tal como um gesto musical é mais do que a mera articulação de sons no tempo, também um gesto espacial transcende a geometria do seu movimento e vê o seu valor expressivo depender da relação dinâmica entre um agente e as forças que sobre ele atuam. De entre estas, a gravidade e a fricção são primordiais na relação que o corpo humano estabelece com o espaço e têm, assim, particular importância na criação e fruição musical. pendulum é um estudo sobre a espacialização dinâmica, que procura dar a ouvir a gravidade e ser apaziguado pela fricção.Compositor, artista media e performer de música eletroacústica, Rui Penha possui um doutoramento em Música (Composição) pela Universidade de Aveiro e fundou e programou a Digitópia (Casa da Música). Atualmente é Professor Adjunto na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Politécnico do Porto.
A música que compõe é frequentemente gravada e tocada em festivais e salas na Europa e América do Norte, por música como Arditti Quartet, Peter Evans, Remix Ensemble e a Orquestra da Gulbenkian. As mais recentes produções de Rui Penha incluem interfaces para expressão musical, software para espacialização sonora, instalações interativas, robótica musical, improvisadores ou software educacional.
‘Resono’ and ‘Pendulum’ are two media installations from Portuguese composer, media artist and performer of electroacoustic music Rui Penha.