residências artísticas

a azenha, por cláudia guerreiro e filho da mãe

Ao longo de uma semana, em contexto de residência artística, Cláudia Guerreiro e Filho da Mãe desenvolveram o espetáculo audiovisual “A Azenha”. Inspirados nas personagens de Jorge Vieira, a guitarra de Filho da Mãe casa-se com as imagens de Cláudia Guerreiro. Cláudia pinta, cria cenário de cor e papel, usa figuras de papel em jeito de marionetas e movimenta luz num vidro, que é filmado e projetado. A guitarra de Rui Carvalho é a “voz” da história. Tudo em tempo real.

Cláudia Guerreiro e Rui Carvalho (Filho da Mãe), ambos músicos, ela também ilustradora e escultora, são amigos há 20 anos, casados há 10, mas são raras as vezes em que se encontram no palco. Foi algures no Alentejo que descobriram a história que move o espetáculo a que chamaram de “A Azenha”. É a partir de uma casa na planície alentejana, onde em tempos D. Dinis teve uma amante, que desenvolvem a narrativa que utilizam para construir esta viagem sensitiva. A casa é a mesma casa onde viveram o escultor e artista modernista Jorge Vieira, um dos mais influentes do século XX português e uma das figuras a quem se atribui a introdução do abstracionismo em Portugal ainda durante a década de 40, e a escultora Noémia Cruz, colaboradora de Jorge e responsável pela execução da sua obra pública após a sua morte. “A Azenha” fala de amores cósmicos e intuitivos em sítios a que todos pertencemos, na terra ou no espaço, de dia ou de noite, das impossibilidades do amor e das estranhas condições em que ele decide acontecer. No fim, as nossas casas são onde amamos. Um ano depois da primeira e única apresentação de “A Azenha”, Cláudia Guerreiro e Rui Carvalho desenvolvem e aprimoram o espetáculo em Braga, em contexto de residência artística, com o apoio à criação do gnration. No final da residência, voltam a palco, para os vermos juntos, numa das raras aparições, esperando que “A Azenha” deles e de Jorge Vieira seja também, por momentos, a casa de todos nós.

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