música

the legendary tigerman - one man band tour

14 Fev

Sexta

22:30

12 eur

blackbox

Para contar a história de Paulo Furtado, enquanto homem-tigre, não é necessário recuar aos anos 20 do século passado, aos primeiros blues cantados nas margens do Delta do Mississipi ou às histórias de almas roubadas pelo Diabo. Para contar a história do homem-tigre podemos apenas saltar até ao verão de 1999 e ao período final na carreira insana dos Tédio Boys, banda que Furtado partilhava então com Victor Torpedo, Toni Fortuna, Kaló e Pedro Chau. Tudo aconteceu “um pouco por acidente”, diz Paulo Furtado numa entrevista à imprensa brasileira. “No local onde ensaiava (com os Tédio Boys) existia um bombo e um prato de choques, que comecei a usar passado algum tempo, porque era muito chato ensaiar sozinho”. O acaso levaria a que algumas canções funcionassem no formato one-man-band e assim, diz Furtado, “tudo começou”. A ironia do destino levaria a que o rock’n’roll sentasse quem até então era insubordinado em pé. O nome com o qual se viria a apresentar vem, em parte, de Legendary Stardust Cowboy, one-man-band dos anos 50 e por quem Furtado tece admiração. “Uma coisa bastante descontrolada e louca. Queria começar um projeto que fosse lendário logo à partida, como uma provocação”. A outra parte do nome, Tigerman, vem de uma canção de Rufus Thomas, uma das primeiras músicas blues que ouviu na adolescência.

A estreia em disco acontece em 2002, com Naked Blues, seguindo-se Fuck Christmas, I Got the Blues logo no ano seguinte. Masquerade(2006), Femina(2009) e True(2014) completaria o ciclo enquanto one-man-band, fase que terminara com a chegada de Misfit(2018), disco onde se faz acompanhar pela bateria de Paulo Segadães e do saxofone barítono de João Cabrita, banda que ao vivo contava ainda com o baixo de Filipe Rocha.

20 anos depois da estreia a solo, The Legendary Tigerman regressa ao palco novamente sozinho, acompanhado apenas da sua guitarra, um kit de bateria e kazoo. A razão? Celebrar o formato que está na génese do homem-tigre, numa reaproximação com as suas raízes e com o público – se é que alguma vez existiu uma distância entre ambos. De pé ou sentado, The Legendary Tigerman fez-se sempre de muito suor em palco e da energia revitalizadora do rock’n’roll. Nesta digressão, o confronto com o Tigre não será diferente, mas será especial para a memória de todos os que viram este felino crescer. 

The Legendary Tigerman, one of Portugal’s finest rock’n’roll musicians, goes back to his early career times and presents a special show as one-man-band.

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