cinema

cinema no pátio: querido diário, de nanni moretti

26 Ago

Quinta

21:30

gratuito

pátio exterior

Pode dizer-se que o cinema começa pela projeção de imagens fotográficas 24 vezes por segundo, capazes de gerar na vista humana a ilusão de movimento. Do projetor à tela, a imagem desaparece e volta a aparecer. Esta ilusão das ilusões existe também numa das matérias de que o cinema é feito: as histórias. O Cinema no Pátio de 2021 propõe quatro filmes sobre fotografia e cinema, entre revelações e desaparições, abrindo e fechando com clássicos: uma máquina fotográfica que faz desaparecer as pessoas más (A Máquina de Matar Pessoas Más, Roberto Rossellini, 1952), o fantasma de um realizador de cinema que reaparece (Até Nunca, Benoît Jacquot, 2016), uma narradora que descreve imagens a um fotógrafo a perder a visão (Esplendor, Naomi Kawase, 2017), e por fim (depois de um ano feito de muito tempo entre paredes), a deriva de vespa pela cidade deserta no Verão e a liberdade no mar (Querido Diário, Nanni Moretti, 1993).
por eduardo brito

querido diário
nanni moretti · itália · 1993 · drama, comédia · 101’ · m/12
com nanni moretti, renato carpentieri, giulio base, antonio neiwiller e marco paolini

Um misto de comédia e documentário autobiográfico dirigido e interpretado por Nanni Moretti. O filme, que valeu ao cineasta o prémio melhor realizador em Cannes em 1994, divide-se em três partes. No primeiro episódio, “Na Vespa”, Moretti circula por Roma na sua vespa, insurgindo-se contra a destruição do espírito da cidade que se perdeu na vulgarização de subúrbios, para desembocar numa peregrinação-tributo a Pasolini. Este é ucedido de “As Ilhas” (por onde paira a referência a Rossellini) e do mais burlesco “Os Médicos”.
Caro diario é um olhar morettiano sobre a Itália dos anos noventa e possivelmente o filme mais popular do realizador.

O ciclo Cinema no Pátio 2021 é programado por Eduardo Brito

Eduardo Brito trabalha em cinema, fotografia e escrita. Os seus trabalhos exploram os temas verdade-ficção-memória, bem como a relação texto-imagem. Realizou as curtas metragens Penúmbria (2016), Declive (2018) e Ursula (2020). Escreveu o argumento das curtas O Facínora (Paulo Abreu, 2012), A Glória de Fazer Cinema em Portugal (Manuel Mozos, 2015) e O Homem Eterno (Luís Costa, 2017) e, com Rodrigo Areias, da longa Hálito Azul (2018). Estudou e lecionou na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e fez especialização em guião para cinema na Escuela Internacional de Cine y Televisión em Cuba.

This year’s Cinema no Pátio proposes four cinematic journey’s through cinema and photography: Roberto Rosselini’s ‘The Machine to Kill Bad People’ (1952), Benoît Jacquot’s ‘Never Again’ (2016), Naomi Kawase’s ‘Radiance’ (2017) and Nanni Moretti’s ‘Caro Diario’ (1993).

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