cinema

cinema no pátio: a vítima do medo, de michael powell
As quintas-feiras de agosto voltam a ser noites de Cinema no Pátio. Em 2025, este ciclo programado pelo realizador Eduardo Brito apresenta quatro propostas — A Vítima do Medo (7 ago), On Falling (14 ago), 24 Frames (21 ago) e Cinco da Tarde (28 ago).
a vítima do medo
de michael powell
1960 · reino unido · 104’ · m/1 2
Mark Lewis é operador de câmara durante o dia e fotógrafo de nus à noite. Aspirante a realizador, está também a fazer um documentário sobre o medo, escondendo uma faceta negra: a obsessão de capturar, em imagens, o terror das suas vítimas enquanto as mata. Faz amizade com Helena, uma jovem que vive com a mãe no apartamento abaixo do seu, e conta-lhe vagamente sobre este filme que está a realizar. A Vítima do Medo é hoje reivindicada como uma das obras-primas mais sombrias da história do cinema.
“Ao mesmo tempo que representa, o cinema abarca o real, o irreal, o presente, o vivido, a recordação e o sonho, a um nível mental idêntico e comum”. A reflexão de Edgar Morin em O Cinema Ou O Homem Imaginário lança as pontes para as quatro propostas do Cinema no Pátio de 2025: arranque com Peeping Tom — A Vítima do Medo, magnum opus (uma das várias) de Michael Powell, um filme sobre filmar, jogo de espelhos entre ver e espreitar, trauma e desejo, suspense e paranoia. Segue-se Laura Carreira, cineasta portuguesa radicada na Escócia, que nos dá a ver a solitude e o trabalho alienante nos dias de hoje em On Falling, uma fulgurante primeira obra, reconhecida em San Sebastián com a Concha de Ouro. Na semana seguinte, tempo para 24 Frames, de Abbas Kiarostami: deriva pela matriz fotográfica do cinema e pela ilusão de movimento de 24 fotogramas por segundo — neste caso, cada um deles com uma duração de quatro minutos e meio. E por fim, dos minutos às horas: Cinco da Tarde, de Eduardo Nunes, entre a recordação e o luto, um delicado retrato da melancolia e da força dos pequenos gestos.”
— Eduardo Brito
Eduardo Brito trabalha em cinema, escrita e fotografia. Escreveu e realizou A Sibila (2023), a partir da obra de Agustina Bessa-Luís. É também autor das curtas-metragens Penúmbria (2016), Declive (2018), Ursula (2020), Lethes (2021) e La Ermita (2021). Escreveu o argumento da longa-metragem O Pior Homem de Londres (Rodrigo Areias, 2024), das curtas O Facínora (Paulo Abreu, 2012), A Glória de Fazer Cinema em Portugal (Manuel Mozos, 2015) e O Homem Eterno (Luís Costa, 2017). Com Rodrigo Areias, escreveu as longas Hálito Azul (2018) e A Pedra Espera Dar Flor (também com Pedro Bastos, 2022). Leciona na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), onde estudou, e na ESAD – Escola Superior de Artes e Design, e fez especialização em guião para cinema na Escuela Internacional de Cine y Televisión em Cuba.
apoios república portuguesa – cultura / direção-geral das artes. rtcp – rede de teatros e cineteatros portugueses.