dança / música
Música e dança circulam sem limites na Zona Franca. Fruto de uma parceria entre o gnration, o Theatro Circo e o Centro Cultural Vila Flor, este novo ciclo interdisciplinar é o território livre onde a música autoral e a prática coreográfica se manifestam num diálogo contínuo e multiforme. Ao longo de 2025, em Braga e Guimarães, a Zona Franca apresenta novas colaborações entre intérpretes-coreógrafos e intérpretes-músicos que experimentam com técnicas distintas para apresentar diferentes propostas artísticas.
joão dos santos martins x joana sá – está visto
Um bailarino que não sabia dançar, um cantor que não sabia cantar, um ator que não sabia atuar, um escritor que não sabia escrever, um pintor que não sabia pintar. Um bailarino que cantava, um escritor que pintava, um ator que escrevia. Era preciso saber-se fazer para saber-se ser. Enquanto as linhas ténues que separam o ser do fazer, o eu da acção, a coisa do sujeito, são confusas, há algo que permanece inapto e disfuncional. Um monstro que não cumpre a função. — João dos Santos Martins, 2022
O ciclo Zona Franca, recebe Está Visto (2023), espetáculo que é resultado de uma colaboração de João dos Santos Martins com a pianista e compositora Joana Sá e a artista visual Ana Jotta. Partindo do ciclo de canções Dichterliebe [Amor(es) de poeta], compostas por Robert Schumann em 1840, a peça apresenta-se em formato de recital, procurando as práticas de canto, piano e dança interajam e transbordem umas nas outras. As canções de estilo romântico, com poesia de Heinrich Heine, falam de amor não correspondido. Esta falta de reciprocidade reproduz-se em ideias coreográficas que desarticulam a linguagem, fracionando o gesto com as letras das canções, o som e a escuta num corpo em atravessamento.
apoios república portuguesa – cultura / direção-geral das artes. rtcp – rede de teatros e cineteatros portugueses.