música
A primeira vez que, globalmente, digamos, ouvimos falar do nome Camae Ayewa foi em 2016, aquando do falatório criado por Fetish Bones, disco que a apresentava sob o pseudónimo Moor Mother a um mundo maior e que recolhia excelentes críticas dos meios especializados. Desde então, a procura por esta figura oriunda de Filadélfia, Estados Unidos da América, tornou-se intensa. Poeta da presente geração negra da América, voz do seu passado, afro-futurista, feminista, revolucionária, punk. Descobrimo-la também, muitíssimo aplicada, em Black Quantum Futurism, coletivo artístico e literário que constitui com Rasheedah Phillips, onde juntos promovem a exploração D.I.Y da arte em comunidades marginalizadas. A temática das comunidades marginalizadas, aliada à brutalidade e perseguição policial de que são vítimas, está na origem dos Irreversible Entaglements, coletivo onde Camae deixa cair palavras de protesto e de libertação em cima de um manto free-jazz. Mais propriamente, o grupo formou-se no início de 2015, ano de estreia discográfica para Moor Mother com a cassete Moor Mother Goddess, para participar no Musicians Against Police Brutality, ação artística despoletada pelo homicídio de Akai Gurley, afro-americano de 28 anos morto a tiro por um polícia nova-iorquino. Nessa estreia ao vivo, Camae contava com o saxofonista Keir Neuringer e o baixista Luke Stewart. Meses mais tarde, o trompetista Aquiles Navarro e o baterista Tcheser Holmes juntavam-se à formação pela primeira vez, encontro registado em estúdio e que origina o disco de estreia, homónimo, editado em 2017. A mensagem em Irreversible Entanglements é a essência-base da sua música, essa mesma essência que hoje não andará muito distante da mensagem dos The Last Poets na década de 60.
Irreversible Entanglements are a liberation-oriented free jazz collective formed by saxophonist Keir Neuringer, poet Camae Ayewa (a.k.a. Moor Mother), bassist Luke Stewart, trumpeter Aquiles Navarro and drummer Tcheser Holmes.
classificação etária m/12 anos