música
* Por razões que se prendem com a saúde de um familiar de Alexander Von Schlippenbach, o concerto de Gabriel Ferrandini não contará com o pianista e compositor alemão. O espetáculo mantém-se, com Ferrandini a apresentar-se com a restante formação – Pedro Sousa, no saxofone tenor, e Hernâni Faustino, no contrabaixo.
O gnration procederá à devolução do valor do bilhete a quem assim o desejar.
Agradecemos a compreensão do público e pedimos desculpa por qualquer incómodo causado.
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Não é difícil ser-se consensual nas opiniões sobre Gabriel Ferrandini. É até natural, diríamos, tão natural quanto as expectativas que se vão dissertando sobre o futuro percurso do baterista. Os críticos nacionais – e internacionais idem – rendem-se às suas baquetas e ao desenho do som para o qual transporta quem o ouve. “O futuro espera-o”, escreve Rui Eduardo Paes na jazz.pt. Gonçalo Correia, no Observador, arrisca até que “nem o free-jazz consegue domesticar Ferrandini”. Nuno Catarino, na crítica a Volúpias (Clean Feed, 2019) para o Bodyspace, remata sem hesitar logo na primeira linha: Gabriel Ferrandini é uma das grandes figuras nacionais da música improvisada do século XXI.
A convite da Galeria Zé dos Bois, Ferrandini levou a cabo “Volúpia das Cinzas”, uma residência artística composta por seis apresentações ao vivo e que teve como objetivo proporcionar condições para que desenvolvesse a sua composição. Nos concertos, Ferrandini ladeou-se por Pedro Sousa, no saxofone tenor, e Hernâni Faustino, no contrabaixo, habituais colaboradores do músico e por quem também viria a ser acompanhado em Volúpias, disco que acabaria por ser peça resultante dessa residência, embora não imediata. Das gravações resultantes das apresentações públicas da residência viria a filtrar temas e a regravá-los num retiro de três dias algures no Alentejo. Volúpias nascia assim, das cinzas de uma residência e fruto de um desafio a uma ainda maior libertação jazz, com Ferrandini a assumir-se como compositor integral dos nove temas do disco que marca o início da sua carreira em nome próprio.
Apresentado pela primeira vez ao vivo na Culturgest, em Setembro de 2019, a estreia em palco de Volúpias juntou-o ao pianista e compositor alemão Alexander von Schlippenbach e, claro, a Sousa e Faustino. É esse mesmo encontro que Ferrandini traz agora a Braga e que servirá de mote para uma residência artística, onde procurará também transpor esse momento para um registo áudio.
Ferrandini nasceu nos Estados Unidos, é filho de pai moçambicano e mãe com descendência brasileira, italiana e espanhola. Nos temas de Volúpias, atribui os nomes das ruas que fazia de casa até à Galeria Zé dos Bois durante o período de residência. Na música, ao contrário da sua história de vida ou da geografia pessoal que quis deixar no disco, é-nos evidente: não existem fronteiras para um músico como este.
Portuguese drummer Gabriel Ferrandini presents his debut solo album ‘Volúpias’ with Alexander von Schlippenbach (piano), Hernâni Faustino (double bass) and Pedro Sousa (baritone saxophone).